Vingança.
Daquele triste silêncio que outrora em ti havia,
daquele silêncio estúpido que te povoava o ser,
ficaram lembranças tantas a assombrar os meus dias,
feito uma canção nefasta que eu não consigo esquecer!
A alma, que fora quente, de repente, era fria,
em semelhança ao inverno que estava por nascer;
e o resto daquele outono, pobre de mim, não sabia,
o mais gélido dos tempos nos faria conhecer;
O silêncio atormentava naquela noite sombria...
Teus olhos negros, tão negros que eu mal podia ver.
E a quietude quebrada num suspirar de agonia
"Vou-me embora desta casa, que aqui não quero morrer!"
A solidão nunca foi, e até hoje a mim arrepia...
Levasse contigo ela, e não me impusesse ter!
Teu nome, palavra horrenda, todo o sempre eu maldizia...
Rogando o momento em que de ti iria esquecer.
Mas, a vida é misteriosa, quem diria... Quem diria!
Noutrora jamais pensei que eu poderia a ti rever...
Com o nome, palavra horrenda, grafado na pedra fria,
e a carne, pecado e ódio, na terra, a apodrecer.