Vingança.

Daquele triste silêncio que outrora em ti havia,

daquele silêncio estúpido que te povoava o ser,

ficaram lembranças tantas a assombrar os meus dias,

feito uma canção nefasta que eu não consigo esquecer!

A alma, que fora quente, de repente, era fria,

em semelhança ao inverno que estava por nascer;

e o resto daquele outono, pobre de mim, não sabia,

o mais gélido dos tempos nos faria conhecer;

O silêncio atormentava naquela noite sombria...

Teus olhos negros, tão negros que eu mal podia ver.

E a quietude quebrada num suspirar de agonia

"Vou-me embora desta casa, que aqui não quero morrer!"

A solidão nunca foi, e até hoje a mim arrepia...

Levasse contigo ela, e não me impusesse ter!

Teu nome, palavra horrenda, todo o sempre eu maldizia...

Rogando o momento em que de ti iria esquecer.

Mas, a vida é misteriosa, quem diria... Quem diria!

Noutrora jamais pensei que eu poderia a ti rever...

Com o nome, palavra horrenda, grafado na pedra fria,

e a carne, pecado e ódio, na terra, a apodrecer.

Lola Viki
Enviado por Lola Viki em 10/04/2011
Código do texto: T2899677
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