" MADALENA " Inspirado num conto de Fausto Antonio
Na linguagem dos deuses, na linguagem dos homens,
do sol e da lua, era Madalena. Sabia-se Madalena graciosa,
quase um bater de asas. Madalena tinha desejos, eram ânsias
até o limite, com um tambor no peito.
Temerosos, os deuses trouxeram um quase menino,
alguém com a virilidade precisa, a necessária num ar
de anunciação. O quase menino pareceu descer do céu
no instante absoluto em hora de fome amorosa.
Veio a multiplicação dos pães, do vinho, dos peixes,
Madalena tinha que dividir as dádivas e negra e pura,
na hora da passagem pensou-se mãe do tempo, do verbo.
O quase menino podeira ser seu filho, a carne de toas
as dúvidas e Madalena assim o amou!