" MADALENA " Inspirado num conto de Fausto Antonio

Na linguagem dos deuses, na linguagem dos homens,

do sol e da lua, era Madalena. Sabia-se Madalena graciosa,

quase um bater de asas. Madalena tinha desejos, eram ânsias

até o limite, com um tambor no peito.

Temerosos, os deuses trouxeram um quase menino,

alguém com a virilidade precisa, a necessária num ar

de anunciação. O quase menino pareceu descer do céu

no instante absoluto em hora de fome amorosa.

Veio a multiplicação dos pães, do vinho, dos peixes,

Madalena tinha que dividir as dádivas e negra e pura,

na hora da passagem pensou-se mãe do tempo, do verbo.

O quase menino podeira ser seu filho, a carne de toas

as dúvidas e Madalena assim o amou!

permiano colodi
Enviado por permiano colodi em 06/04/2011
Reeditado em 07/04/2011
Código do texto: T2892272