" MANSA, ARISCA, PERIGOSA "
Mansa, arisca, perigosa,
entrega-se à lívida lava, água de cal
derriçada ao pé da romanzeira.
Mansa, arisca, perigosa,
fervorosa em seu florir em rosa.
Vai amanhecendo
na empreitada da tocaia.
Mansa, arisca, perigosa
navega em suas próprias águas,
semeia artifícios, faz-se amada.
Mansa, arisca, perigosa,
descobre o verbo alvorecer
e renasce em seu mais acolhedor mistério.
Como se apressasse,
inventa caminhos novos,
chega ao limite da fundura certa
e faz-se vencedora
no amavio da emboscada.