BARDO.
Quem canta o universo
em arpejos de poesia,
muito mais mereceria
do que estes pobres versos.
O homem que conta a vida
de forma particular,
sequer precisa falar:
a escrita é compreendida!
São estes bardos modernos,
que enfeitiçam povoados...
Grafando em tantos cadernos
o que a emoção lhes há dado.
Mas tem um, por especial...
Tão bonito quanto as rimas!
Face quase angelical...
E a alma cheia de cismas!
Certas vezes, mais ameno,
de amores melodiosos.
Por outras, bebe veneno
dos próprios punhos nervosos.
Algo me tira a razão
naquele bardo paulista...
Indecifrável questão
emaranhando-me à vista...
Talvez, nem seja segredo
o que o olhar do bardo tem.
Quem, sabe, souber, tem medo...
E eu tenho medo também!