" SONHOS DESFEITOS "
A moça viu-se numa mamangaba
voando sem destino
de encontro à tarde.
Do alpendre olhou a poeira
que se elevava
acima do casario.
Aguardava ansiosa o caixeiro viajante
que tardava em voltar.
Notava-se, ainda, um toque rosicler
em suas faces.
Manchado, dentro do quarto,
um espelho cruel contava o tresmalhar
do tempo. As peças do enxoval bordado
com anagramas entrelaçados amareleciam.
...e eu continuo apegado aos jardins de gerânios,
às ruas letárgicas que se encaminham
para o concreto dos sonhos desfeitos.