"FAVAS DE INGÁS "

Foi lá que bebi a minha sede,

nos cochos derricei a solidão dos pastos

e comi um punhado de favas de ingás.

Fui a pique no vento me esquecendo

explodindo em juventude.

Assim me fiz rapaz,

junto às sibipirunas

que choram

todo mes de maio.

Nos caminhos de barro

pulsei meu coração de ferro,

empoçando atrás das capivaras.

No eco de meu peito

enovelei arfante os mantras

das possibilidades todas.

Montava em pelego,

quando não ia em pelo,

ansioso de topar onça pintada

pois pegadas já notava.

Evitava aroeiras que me queimavam.

Os saguís no rendado da floresta

falavam em saguês e eu ouvia

as arapongas imitando sinos de catedrais.

Mas chegou um dia de ir embora,

só não sabia que era para sempre!

permiano colodi
Enviado por permiano colodi em 03/04/2011
Código do texto: T2886707