"FAVAS DE INGÁS "
Foi lá que bebi a minha sede,
nos cochos derricei a solidão dos pastos
e comi um punhado de favas de ingás.
Fui a pique no vento me esquecendo
explodindo em juventude.
Assim me fiz rapaz,
junto às sibipirunas
que choram
todo mes de maio.
Nos caminhos de barro
pulsei meu coração de ferro,
empoçando atrás das capivaras.
No eco de meu peito
enovelei arfante os mantras
das possibilidades todas.
Montava em pelego,
quando não ia em pelo,
ansioso de topar onça pintada
pois pegadas já notava.
Evitava aroeiras que me queimavam.
Os saguís no rendado da floresta
falavam em saguês e eu ouvia
as arapongas imitando sinos de catedrais.
Mas chegou um dia de ir embora,
só não sabia que era para sempre!