" O LÁTEGO NO MOLUSCO "
Olhe-me sem ruina, como se fosse
a última estação de seu olhar. Olhe-me
de frente com um olhar mais amante.
Afugente as mamangabas que voam
em torno de seus seios e as abelhas
que adejam no doce mel que verte
de seus meios. o que você pensa ser
amor, é pura luxúria, pois quero ir além
do dissoluto de toda armadilha.
E eu continuo domador entre altas grades
e intransponíveis pelos, para domá-la
com o látego no molusco.
Não tenho armadura, sempre vivi entre cordeiros
e não reconheço o silvo das sepentes, as facas
afiadas e as mordidas intempestivas. Nada sei
de bofetadas e flores machucadas. Pouco juntei,
pouco ganhei na vida e aprendi que sempre
estamos de partida. Esse sou eu, apegado
a você, às estrelas. Tomo-a em meus braços
mas você parece querer voar ...
como um passarinho.