HOMEM-ANJO.
És homem que sobe aos céus,
ou anjo, que à Terra desce?
Podes ouvir minhas preces
sob meu pseudo-véu?
Em verdade, sei que morro.
Da morte que à carne come,
não há para mim socorro...
Mas, tu és anjo, ou homem?
(Se anjo for em verdade,
ai de mim! Pobre de mim...
Que o quero tanto assim,
que ardo em minhas vontades!
Mas, se homem ele for...
Será deles o mais belo!
E a meus segredos revelo
sem resquícios de pudor...)
Homem, anjo... Anjo, homem.
Toco tua mão e arrepio.
Estamos nós dois no cio,
ou a ilusão me consome?