Alexandrinos Febris
O calor do corpo arde feito braseiro...
A noite outonal se faz inda mais silente.
De meu desejo reviro no travesseiro,
Venais e antigas cenas neste presente.
Meu pensamento revoa feito rapina...
Percebe meus devaneios e os multiplica;
O cio urge em minha essência feminina,
suavidade de rosa e ardor de arnica!
Suspiros esvaecidos nos aposentos...
No teto, sombras que dançam à luz insana.
Ouve-se ao longe os loucos gemidos do vento,
parece querer fazer-me dele cigana!