OS OLHOS DO LOBO.
Nos densos vales do Norte
Ele passeia, em desprezo.
Atmosfera de morte
Cerca-lhe o corpo reteso.
Em épico desafio,
Seduz a noite tão moça...
Que regela o próprio frio
Medindo poder e força.
A noite apaga o luar
Para afundá-lo no breu...
A fera põe-se a uivar
Clamando a luz que perdeu.
Então, seus olhos em par,
Rasgam o negror da noite!
Que chora a dor deste olhar -
Bem pior que mil açoites!
E recolhe suas criaturas
Deixando o vale sem vida...
Remói as tristes agruras
Desta cruel despedida!
Tão depressa um dia novo...
E um sol cinzento já arde.
A noite maldisse o lobo
Por que o ama, em verdade.
Viki.
Para Fenrir.