OS OLHOS DO LOBO.

Nos densos vales do Norte

Ele passeia, em desprezo.

Atmosfera de morte

Cerca-lhe o corpo reteso.

Em épico desafio,

Seduz a noite tão moça...

Que regela o próprio frio

Medindo poder e força.

A noite apaga o luar

Para afundá-lo no breu...

A fera põe-se a uivar

Clamando a luz que perdeu.

Então, seus olhos em par,

Rasgam o negror da noite!

Que chora a dor deste olhar -

Bem pior que mil açoites!

E recolhe suas criaturas

Deixando o vale sem vida...

Remói as tristes agruras

Desta cruel despedida!

Tão depressa um dia novo...

E um sol cinzento já arde.

A noite maldisse o lobo

Por que o ama, em verdade.

Viki.

Para Fenrir.

Lola Viki
Enviado por Lola Viki em 26/03/2011
Código do texto: T2871987
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