Rede, por favor, me abrace
Canto a uma rede

Macaé-RJ 1983

 



Rede, por favor, me abrace
Com teu corpo de mulher
De forma, que quase me perca

No mais íntimo do teu quase ventre.

 

Velha amiga, tu que inerte

Esperastes mais que um ano

Os ganchos que te concretiza

Sofrestes, como eu, o sentimento

Da inutilidade, eras sem eles,

Um pano apenas, que na mala vinha

Juntar-se às coisas inservíveis

 

Hoje, não!... Já te embalança a brisa amiga

E fazes piruetas com o vento matinal,

Então viras a mulher a quem peço:

Por favor!... Por favor, me abraça!...