Basta à Besta.
Não mais consumirá a mim, nefasto corvo.
Eu, que fui fraco e sucumbi ao teu querer.
Vai, ave nojenta, retorna ao teu céu torvo,
que não há nada para ti que eu possa ter.
Vens, vestido de raras pedras preciosas...
Abre os olhos da carne e fecha da alma a vista...
És na verdade criatura perniciosa
que poetiza a dor com ares de grande artista.
Faz teu puleiro nos homens e lhes derrota;
mostrando-lhes brilho tal que os deixa cego...
Transforma-os em tolos, meros idiotas;
maldito sejas tu, besta a quem chamam Ego!
Mas hoje eu te expurgo dos domínios meus.
Destes portões, para o limbo do nunca mais.
E nem me chegues, com lamentações e ais,
Que hei de arrancar estes horrendos olhos teus!