"A METALINGUAGEM DOS POEMAS"
Nascem as palavras,
são centelhas, estopins de dor,
transidas de holocaustos,
explodem na realidade
de implacável memória.
Peleja o devaneio,
em golpes de punhais,
são espinhos fincados no peito
com o susto da emoção
que as palavras inventam.
O poema vem e quer viver
para saciar a fome de pimenta
e mel derramados em nossas bocas
para apascentar o furor dos lobos
Não nos atemorizam os mistérios de tudo
e iremos sem arrependimento
narrar a Babel do mundo
a reinventar a vida.