"DEPOIS DA CURVA DE UMA ESTRADA TORTA"
Não sei quem sou,
Só sei que estou seguindo por uma estrada torta
atrás de um vento sem destino.
Tento explicar-me, mas só tenho lágrimas feridas,
meu jeito de sonhar, de reinventar os momentos que passam,
no entanto, estranho-me nas paralaxes por louvar o inefável,
o que vem da lembrança, as fontes escondidas, a prece sincera,
o celestial da harmonia, o mistério de tudo, o arame farpado
da minha casa. Não turvo águas claras, aprendi que numa marmita
não se põem transcendências, mas arroz e feijão, exatos para
a fome. Nela tudo é concreto,justo, feitos de suor sem sonho.
Só eu sonho, só eu tenho pesadelos,
aprendi que não há mitologias nas marmitas.
Eu, que sigo por uma estrada torta,
Só eu cultivo bandeiras e fanfarras.