"DEPOIS DA CURVA DE UMA ESTRADA TORTA"

Não sei quem sou,

Só sei que estou seguindo por uma estrada torta

atrás de um vento sem destino.

Tento explicar-me, mas só tenho lágrimas feridas,

meu jeito de sonhar, de reinventar os momentos que passam,

no entanto, estranho-me nas paralaxes por louvar o inefável,

o que vem da lembrança, as fontes escondidas, a prece sincera,

o celestial da harmonia, o mistério de tudo, o arame farpado

da minha casa. Não turvo águas claras, aprendi que numa marmita

não se põem transcendências, mas arroz e feijão, exatos para

a fome. Nela tudo é concreto,justo, feitos de suor sem sonho.

Só eu sonho, só eu tenho pesadelos,

aprendi que não há mitologias nas marmitas.

Eu, que sigo por uma estrada torta,

Só eu cultivo bandeiras e fanfarras.

permiano colodi
Enviado por permiano colodi em 15/03/2011
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