Quase poesias
A lua minha,
nua, tua,
verdadeiramente crua.
**
O meu amor por ti me espanta,
tanto quanto a tua insensatez.
**
Porque não vais de vez,
porque tantos porquês
ao invés de um abraço apenas?
**
Se declaras a minha pena
a tua eu comuto
prefiro a dor da tua consciência.
**
O amor não é ciência,
não se ensina, nem se aprende
aquilo que ninguém compreende.
**
E passa a primavera,
e passa o ano inteiro,
e eu, impossivelmente, ainda estou inteiro.
**
Não queira mais do que convém,
do que dita os bons modos,
do que eu possa dar.
**
Toda a riqueza do mundo
eu não te daria, ainda que pudesse.
Apenas a minha essência
que tudo vale, sem nada valer.
**
Se é verdadeiro este teu jogo,
jogue sozinha.
Meus sentimentos não cabem num cassino.
**
Um dia, assassino, eu assino,
o meu delito eu confesso:
matei a mim mesmo por amor.
**
O metal que fere a pedra
ou a madeira
é mais sensível que tuas mãos suaves.
**
Num bote certeiro
quase sucumbi,
só escapei de ti
por estar no topo da cadeia alimentar.
**
A fera rola, esfera,
espera, enrola:
quer me pegar distraído.
**
A carta que não escrevi,
o poema que não compus,
de um ou de outro eu não me arrependo.
**
Mas um dia eu aprendo
a viver sozinho na selva
tendo que alimentar quando posso
as minhas emoções.
**
A maior lição da vida
é uma pequena sentença:
isto aqui não é nada.
**
Se a onça é parda e a cobra é cega e surda,
são menos perigosas
que teus olhos verdes e loiras madeixas
que tão bem me ouvem.
**
Para onde quer que eu viro
eu miro e contemplo
o teu corpo como um templo.
**
Sou de vidro tão frágil
que me despedaço
em mil pedaços aos teus pés.
**
Que me importa tua existência ausente
ou tua imagem sonhada?
De tudo isso prefiro nada.
**
Poeta de tantas palavras
e que todas gastou
escrevo aqui o que sobrou.
**
Resumo assim meus sentimentos:
sinto que amo
e sinto muito por isso.
**
Um poeta faz poesias,
mas um poeta preguiçoso ou mais esperto do que eu
as consome antes de escrever.
A lua minha,
nua, tua,
verdadeiramente crua.
**
O meu amor por ti me espanta,
tanto quanto a tua insensatez.
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Porque não vais de vez,
porque tantos porquês
ao invés de um abraço apenas?
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Se declaras a minha pena
a tua eu comuto
prefiro a dor da tua consciência.
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O amor não é ciência,
não se ensina, nem se aprende
aquilo que ninguém compreende.
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E passa a primavera,
e passa o ano inteiro,
e eu, impossivelmente, ainda estou inteiro.
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Não queira mais do que convém,
do que dita os bons modos,
do que eu possa dar.
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Toda a riqueza do mundo
eu não te daria, ainda que pudesse.
Apenas a minha essência
que tudo vale, sem nada valer.
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Se é verdadeiro este teu jogo,
jogue sozinha.
Meus sentimentos não cabem num cassino.
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Um dia, assassino, eu assino,
o meu delito eu confesso:
matei a mim mesmo por amor.
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O metal que fere a pedra
ou a madeira
é mais sensível que tuas mãos suaves.
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Num bote certeiro
quase sucumbi,
só escapei de ti
por estar no topo da cadeia alimentar.
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A fera rola, esfera,
espera, enrola:
quer me pegar distraído.
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A carta que não escrevi,
o poema que não compus,
de um ou de outro eu não me arrependo.
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Mas um dia eu aprendo
a viver sozinho na selva
tendo que alimentar quando posso
as minhas emoções.
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A maior lição da vida
é uma pequena sentença:
isto aqui não é nada.
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Se a onça é parda e a cobra é cega e surda,
são menos perigosas
que teus olhos verdes e loiras madeixas
que tão bem me ouvem.
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Para onde quer que eu viro
eu miro e contemplo
o teu corpo como um templo.
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Sou de vidro tão frágil
que me despedaço
em mil pedaços aos teus pés.
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Que me importa tua existência ausente
ou tua imagem sonhada?
De tudo isso prefiro nada.
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Poeta de tantas palavras
e que todas gastou
escrevo aqui o que sobrou.
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Resumo assim meus sentimentos:
sinto que amo
e sinto muito por isso.
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Um poeta faz poesias,
mas um poeta preguiçoso ou mais esperto do que eu
as consome antes de escrever.