"AUTOCRÍTICA"

Retrato-me em melodia de lira que o vento leva errante,

em versos que me guiam, mas não em asa de quimera.

Falo por mim, ainda que melhor fora,

falar por todos, mais em riso que choro.

Saúdo em utopia, por mais que resista

a um poema em que me faço coxo.

Refugio-me na metáfora,

persegue-me a metonímia clandestina

põe-me a pique a métrica desmedida,

desafina-me a harpa incendiada.

Antes que se desfaça a inspiração,

aprendo a dizer sim ao dia,

o que acho melhor do que rimar meus versos,

ou conduzir meu e alheio barco.

Faço parte dos homens rebelados.

Não me prendem formalidades.

à sina de sofrer, escolho a rota dos desejos.

E a rosa guerrilheira escolho, à rosa murcha!

Em rosa traço meus limites

e me guardo da coroa de martírios.

permiano colodi
Enviado por permiano colodi em 14/03/2011
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