"O ESQUECIMENTO"
É com o poder do esquecimento, uma névoa que desce na tarde da memória sobre as cousas que se tornam alheias de alguma dor que se cura, peso que não se prolonga.São galhos secos a penetrar na alma, os esqueletos dos sonhos destroçados./É difícil esquecer o primeiro amor, mas é preciso criar dele um fosso de distância, alvo, fumarento como a desfazer-se dos lamentos da memória, cuja única recordação
será um amor morto num coração que precisa descansar./É ficar na palidez fria da distância, no conforto do esquecimento em que se gastem os dias em solidão, construir um mundo onde as doenças da
alma revelem-se em rescaldos de insuportável nostalgia...
Recear dormir e ter medo de reviver uma triste história.