Contemplo o templo
Olhem o mar!
Olhem aquele rochedo enorme
coberto de espumas brancas
e gaivotas
e o horizonte renovando-se a cada momento.
As minhas pegadas na areia
que as águas apagam
as minhas pegadas crescendo com o canto do mar
o sol nas minhas costas
carrego o sol como um cavalo à beira-mar.
Lembro um esquilo
é uma lembrança mínima
disso que se chama poesia
o esquilo me olhando num rochedo à beira-mar
com a linguinha de fora.
Não era preciso mais nada
havia muita água
areia, pedras, peixes
o grito das gaivotas e o canto do mar.
Entro no mar, deito-me na água, flutuo
a água me envolve, o sol por cima
não existe maior sensação de plenitude
o mar e as montanhas
o céu azul infinito e a face de Deus.