FEITIÇO

Do longe, o som trémulo e avído de tambores

Me chama e acaricia, provocando em mim,

Suores, sensações, suplicíos e mil tremores

Que simplesmente me incendiam e viciam

No seu pleno alento, o vento quente

Desperta síngelo ardor neste meu corpo liberto

Num ritmo lento, estonteante e quase frenético,

Como essa febre que loucamente me consome

Nua e pura neste mar que me devora e me leva

E em cada sua onda e bravura que me toca,

Caíu baixo o escuro encanto desse teu olhar,

E nesse nosso segredo ainda por desvendar

São nessas tuas mãos trémulas, lindas e inquietas,

Nessa tua fome que rege em mim e jamais dorme,

E em carícias de posse e ousadia que me provocam,

Que imerso ao além do prazer, abandono e euforia

São essas mil sensações que jamais nos saciam

Mas que rasgam e abrem os nossos pulsos,

Vertendo o sangue sombrío da mais bela poesia

Que se dispersam neste nosso gozo e desejo vivído

São paixões e encantos refletidos neste doce feitiço

Que se perde no escuro olhar desse nosso amor,

E renasce no mero calor do teu corpo sob o meu corpo,

Provocando essa febre que em mim, eternamente ferve.

Salomé

"Novo amanhecer 2011"

Salomé
Enviado por Salomé em 28/02/2011
Reeditado em 28/02/2011
Código do texto: T2820807
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