A FLOR DA PELE
Por um momento interminável me senti sem rumo,
Perdida mas ao mesmo tempo incondicionalmente livre
Num instante promíscuo de indubitável liberdade,
Como flutuando entre um sonho e a indefinida realidade,
Entre razão e ilusão, o tudo invadindo o meu coração,
Precipício rumo a esta minha incontestável verdade!
Sensações trementes que não reconheço ou será?
Fora do pradrão neste gozo de emoções quentes,
O corpo trava enquanto o coração quer se dar a ilusão,
Pulsando de dor e amor frente a tal inconfundivel tentação,
O tudo contido no suor que corre sob este corpo embevecido
Impregnado e naufragado com o gosto e essência da tua pele!
Ah! Tudo quero menos divindade neste momento infiél
Euforia, insensatez, agonia, ser, te querer e não te ter?
Deixa me apenas viver este momento imenso de insanidade,
Longe dessa tempestadade e desejo que ameaçam me tomar,
Longe da saudade, do mero prazer e do insensato sentimento,
Hoje tão somente quero viver eloqüentemente e intensamente!
Salomé
"Um novo amanhecer 2011"