FRAUDES POÉTICAS

Um poema não serve pra dizer adeus,

porque vem pelas costas; é golpe covarde;

chega tarde, alta noite, seja noite ou não,

para ser duvidoso; mascarado; sonso...

São engenhos fraudados aqueles que vêm

no lugar das palavras abertas e francas,

porque são cartas brancas expondo xaradas

de sentidos diversos; todos revogáveis...

Tais escritas resvalam, dizem sem dizer,

meio fingem que fingem, falam que não falam,

podem ser ou não ser se o poeta forjar...

Terão sido poemas, apenas poemas,

quando quem os fizer não suportar a dor

e voltar a compor sobre a velha paixão...

Demétrio Sena
Enviado por Demétrio Sena em 23/02/2011
Código do texto: T2810657
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