Dúvidas
Às vezes, você me traz dúvidas
De quando é dia e de quando é noite
De tanta luz que meus olhos vêem...
Às vezes, em noites escuras e espessas
Atinjo a claridade de forma meiga e serena
Às vezes, na claridade de um dia
Vejo a noite chegar mais cedo.
Num carinho que entra e sai
Que chega e se desloca
Como faísca que brilha e apaga
Como o brilho de infinitas estrelas
Num golpe súbito, são cobertas pelas nuvens
Às vezes, do seu lado me vejo rainha
Às vezes, plebeia
Importante demais, como se eu fosse a única
Às vezes, na distância, um chinelo qualquer
Pés descalços, e uma imensidão para caminhar...
Uma passagem tão cheia de tropeços
Que a dúvida me impede de seguir.
Às vezes, me sufoca de atenção
Às vezes, me reprime sem razão
Seu olhar que penetra em mim
Tão puro de emoção
Às vezes, tão cheio de razão
Parece querer dizer sim, quando diz não.