A RAZÃO DO ENIGMA E O ENIGMA DA RAZÃO

Conhecer os mistérios possíveis existentes entre o céu e a terra

Entre os homens e os deuses

Arrebatar-se de perguntas e respostas inquietadoras

Problematizar os mundos submersos no interior das almas e dos corpos

Emergir e ressurgir das cinzas e dos fósseis

E re-encantar-se diante das revelações e mistérios que somos

Recuperar elos perdidos do “nós” que sou eu

E dos “eu” que somos nós

Mundos subjetivos dos corpos e das almas

Universos apocalípticos de símbolos e sonhos

Linguagens e desejos que não se superlativisam com um só beijo

O beijo é tão somente o sinal do enigma que permeia o corpo e a mente

O enigma de não saber qual é o limite da nossa débil razão

Razão de ser?

Razão de crer?

Razão de ter?

Razão de não sei o que?

Razão de não ter razão?

Eis a questão que submete o amor ao desejo

Desejo e amor que se conflitam nos corpos e nas mentes

Misterioso labirinto de corpos e almas no curso da vida

Nesta insaciável sede de “conhecer-se” para “conhecer-te”

Sondar-me-ei para revelar-me

Entregar-me-ei para (des)enigmatizar-te

E a cada mergulho no substantivo de mim mesmo

A cada imersão no superlativo que somos nós

Fica mais distante e obscura a idade da razão

E os enigmas vão sendo decifrados

Viver é o caminho mais que possível do movimento que somos

Viver sem essa busca constante do “conhecer” é um pouco mais que morrer

Eis a razão que apreende a lógica de que a razão não tem idade

Ser – viver é conhecer

É preciso matar em mim e em você a vida sem razão

Este é o sentido do nosso vôo enigmático – voar, voar!

Pisar nas estrelas e sentir o chão

Sentir o chão mesmo nas estrelas

Chão de estrelas da transformação!