Meu Bem, Meu Mal

Meu Bem, Meu Mal

Quando o poeta diz que é grande

o seu sofrer.

Não encostem o que está a dizer

à verdade que está a viver.

Pode ser até maior a dor que anda

sentir, mas é sua, e só sua, não a

deixará partir.

A cura sim, quer com outros dividir.

A que parte, é minha, é tua, é de quem

anda a padecer.

São verdades a chegar querendo

aliviar a dor que paira no ar.

O poeta é assim, há um não sei quê

a aterrizar, que o faz empatizar com

a dor universal.

Este é o seu bem, o seu mal.

É a dor da humanidade, suportou

tanta maldade, violência, falsidade.

Saiu pelo mundo a ajudar a quem

por ela chamar.

Esteve no fim do mundo.

Naquele poço mais fundo, onde

aquele homem caiu quando o

mundo dele ruiu.

Lita Moniz