SE ME VENÇO?

Se eu me venço,

ao cansaço

que me sobrevém,

a quem pertenço,

quando

sou de ninguém?

Se nem devido

eu sou

(ingrato mundo),

ao que envido

à minha Sorte,

porque infecundo?

Não há, de haver,

um sonho,

que sonhasse,

sem nem o querer

sonhar,

que logo o negasse.

É que o vão poeta,

que há em mim,

olvidou como sonhar,

é prata, espoleta,

explosão,

pronta a deflagrar.

Não é cómodo,

além-mar,

ver o horizonte,

diria incómodo,

frágil,

regredir no monte.

Acho que adoeci:

é isso.

E me estranho.

Ou será que menti,

no verso,

que agora amanho?

Jorge Humberto

22/01/11

Jorge Humberto
Enviado por Jorge Humberto em 22/01/2011
Código do texto: T2745299
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