Flerte

Se me convidas as pândegas

Não tenho dificuldades que hesitá-lo

Tua ausência não me move, não me desatina.

Não passaríamos de uma Colombina e seu Pierrot

Num transplante de uma carnavalesca fuga.

Nada mais!

Enfim prefiro o sonho de um Arlequim.

O destino de um Casmurro solitário.

Prostada com flores murchas no regaço

Com os olhos fitando o queimar dos navios

Basta-me a quimera de meus anos!

Este caminho cercado de seres hediondos

É perigoso demais para quem quiser me alcançar!

Aqui o silêncio é rompido pelo ecoar da minha voz

(...)

Pobre coração desvairado!

Quando te cansarás de todos os sóis

Que foram e virão findar, com advento dos crepúsculos.

Por que haveríamos de esquematizar

Praias douradas, passeios vespertinos,

O que o valha!

Se eis apenas o varão de um verão?!

O qual se julga portador de um sentimento

Que no ínterim da temporada se tornará tão obsoleto.

Quanto os argumentos usados quando tentas me persuadir.

Rafaela Barreto
Enviado por Rafaela Barreto em 22/01/2011
Código do texto: T2745152
Copyright © 2011. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.