JANEIRO CHEGANDO
Vejo dezembro passando.
Esse ano, meio discreto,
esquecido entre eleições,
tropas de choque e tiroteios;
um dois mil e onze incerto,
em seu fluir insosso, anunciando.
Que venha, enfim, janeiro,
esse deus de duas faces,
que antecede fevereiro,
em que não haverá carnaval,
fazendo mais longo
o que dura menos,
tempo que volta ao tempo normal.
Assim, nasce-me o poema,
meio destituído de sentido,
uma certa ausência de rima
mas, com um quê de alegria,
nascida do fim do agito,
que marca o final de mais um dia.
- por JL Semeador, em 06/12/2010 -