EXECUÇÃO
O caminhar apressado
calado, magoado
sobe o cadafalso.
Não enforcam de vez:
enforcam aos pouquinhos
para a dor ser maior!
Antes era a prisão
oprimida, sofrida
sem oxigênio.
Depois a escada
carrascos de preto
para executar.
O céu está azul
o sol brilha intenso
(é até despropósito!).
E a multidão aplaude
- por covardia –
para não discordar!
Está chegando a hora:
a corda implacável
rodeia o pescoço.
Nos ouvidos o eco
das calúnias ditas
sem razão de ser...
Pensamento regride
recorda, revolta
repõe pedacinhos
e uma força incomum
se apodera do corpo,
querendo lutar!
As asas crescendo
no dorso cansado
afim de voar,
espantam os carrascos...
Seus olhos não crêem
na libertação!
E a voz que ressoa
- voz da consciência –
faz estremecer!
Razão voa alto
e carrega consigo
sentenças injustas.
Olhando de cima,
cada vez menor
vê-se o cadafalso
que tomba exaurido
pelas próprias maldades
sobre os negros capuzes!
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O céu está azul
e o sol brilha intenso
(vieram saudar!)...