O PIANISTA

Bambinelas nas janelas,

chão com tapetes a adornar,

claustros acessos na noite,

pianos elevados, destro mar.

Cálice de vinho no plano;

do marfim a acentuação,

a solidez com que extravia,

a música saída do coração.

Flores posadas nas teclas,

alecrim e rosas coradas,

o artista que se enobrece,

nas pétalas desfolhadas.

Música a contraponto,

vozes que se enaltecem

e no ar se multiplicam,

raízes que não esquecem.

Vibra o piano, noite fora,

soltando notas, variações,

dedos amestrados,

libertando emoções.

Metamorfose consequente,

sublimando os tons,

representativos da tónica,

com que se recriam os sons.

Jorge Humberto

20/11/10

Jorge Humberto
Enviado por Jorge Humberto em 20/11/2010
Código do texto: T2626886
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