FICÇÃO
Sinto-me como se estivesse
num mundo desconhecido
cheio de ilusões perdidas
cheio de esperanças frustradas...
Sinto-me assim,
como se fosse voar
e não conseguisse,
como se fosse falar
e não saísse som algum
de minha boca!
Como se eu não fosse eu
e tudo o que me rodeia
fosse falso...
As árvores... os pássaros... as folhas...
como se tudo fosse apenas miragem
e nada mais...
Sinto saudades!...
De que?... Não sei!
De quem?... Não sei!
Sinto-me vazia, como
se minha alma não existisse,
como se eu própria
fosse um espectro...
como se eu própria
fosse um sonho irreal,
envolta em névoas do passado...
... Como se o passado fosse infinito,
o presente não existisse
e o futuro, uma lembrança...
Sinto-me tão sozinha
que, embora haja gente ao meu lado,
não vejo ninguém...
Sou, enfim, uma lembrança
esquecida...