Chuva passageira

Ela desce e vem,

repentina,

traiçoeira...

Sem aviso,

é pura pressa:

vem ligeira.

Bate e toca,

na face da folha rola:

corre,

escorre,

molha.

E míngua.

E finda.

E fica,

o cheiro do mato,

o cheiro do chão,

da poeira.

É sempre assim que acontece:

desce sem eira nem beira

e logo desaparece,

parece de brincadeira.

Tão atrevida e criança,

que eu sinto o gosto da infância,

quando passa de passagem

toda chuva passageira.

Do livro Travessia.

zino mendes
Enviado por zino mendes em 19/10/2010
Código do texto: T2565824