DESENGANO

(poema composto em 1983)
 
 
Tudo o que eu disser será bem menos
diante da imensa perda de tudo o que sonhei...
 
Alimentei num pedestal
a imagem que criei
e me apeguei a ela
qual náufraga em mar aberto...
Mas era tão tênue essa imagem,
que se desfez...
Não suportou o vai-e-vem das ondas
e rebentou-se aos meus pés...
 
Dentro dela,
meus sonhos, minhas ilusões, minha vida inteira.
Quis tentar salvar os pedacinhos
de cada sonho, de cada ilusão
e recompor a vida...
 
Mas tão dilacerados ficaram
que mal pude perceber o sonho maior
ou a ilusão primeira!
 
Com a tua imagem falsa, frágil, efêmera,
foi-se a esperança.
E com a esperança
foi-se o pouco que ainda restava
de mim!
 

 
 













Leuri Lyra
Enviado por Leuri Lyra em 15/10/2010
Reeditado em 15/10/2010
Código do texto: T2558354
Copyright © 2010. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.