Lado obscuro

Nada mais obscuro do que o ser.

Nem os confins do universo,

Nem os abismos do mar submersos,

Guardam tantos porquês.

E cada vez que mergulho nesses mundos

Perco o fôlego,

Pois o ego é vasto como as palavras.

De toda sorte trago à tona

Alguma novidade.

Coisas que descubro sentindo saudade,

Melancolia ou felicidade,

Pois vastos são o ego e as palavras,

Que se ordenam de tantos modos

E dizem tanto de mim.

Há tempos cultivo um jardim,

Um canteiro de preciosidades.

Vou com paciencia semeando

As douradas sementes das amizades.

Vem delas, as palavras que se ordenam em idéias.

Lumes e lampejos que iluminam a escuridão do que sou,

Que ao passo do tempo vou descobrindo

Através dos olhos dos outros

Domm Paulo
Enviado por Domm Paulo em 01/10/2010
Código do texto: T2531137