O CORPO
No chão
o corpo
de mais um sonho interrompido.
Sobre o corpo,
a folha de jornal
anuncia notícias
de ontem,
dos corpos de ontem
ceifados como trigo,
e encobre a vergonha
não do morto,
mas dos vivos.
No chão,
o corpo
que já não sente o vento,
talvez quinze
ou vinte anos de luta
retornando ao pó
que visita o asfalto
no fim de tarde
e se mistura
ao sangue tatuado
no corpo da cidade.
No chão,
o corpo
de um sonho interrompido,
parado no tempo.
Seu relógio
segue marcando o tempo
de quem fica,
mas já não faz sentido
no caos da cidade,
no caos íntimo
de cada um
que passa.
Amanhã,
quando o tempo dos vivos
seguir seu rumo
e, no chão,
outro corpo,
outro sonho interrompido
receber o último afago
de uma folha de jornal
- lá, sobre outro rosto
parado no tempo,
notícias fresquinhas
dos mortos de ontem
e a manchete
que diz tudo em sete letras:
chacina!
(Direitos reservados ao autor. Publicado no blog do autor)
No chão
o corpo
de mais um sonho interrompido.
Sobre o corpo,
a folha de jornal
anuncia notícias
de ontem,
dos corpos de ontem
ceifados como trigo,
e encobre a vergonha
não do morto,
mas dos vivos.
No chão,
o corpo
que já não sente o vento,
talvez quinze
ou vinte anos de luta
retornando ao pó
que visita o asfalto
no fim de tarde
e se mistura
ao sangue tatuado
no corpo da cidade.
No chão,
o corpo
de um sonho interrompido,
parado no tempo.
Seu relógio
segue marcando o tempo
de quem fica,
mas já não faz sentido
no caos da cidade,
no caos íntimo
de cada um
que passa.
Amanhã,
quando o tempo dos vivos
seguir seu rumo
e, no chão,
outro corpo,
outro sonho interrompido
receber o último afago
de uma folha de jornal
- lá, sobre outro rosto
parado no tempo,
notícias fresquinhas
dos mortos de ontem
e a manchete
que diz tudo em sete letras:
chacina!
(Direitos reservados ao autor. Publicado no blog do autor)