SOLSTÍCIO

Caminhos atapetados

de folhas vermelhas e

amarelas, descobrem

a luz do Outono,

vestindo a cidade de

perfumes inebriantes

e quadros coloridos.

Passeiam-se pessoas

e animais, por entre

as árvores despidas,

e o sol espreita detrás

das nuvens pardas,

ameaçando as chuvas

primeiras da estação.

Como gumes de facas

a invernia rasga os

meus olhos, deitados

num repouso calmo e

aconchegante, nas

águas do rio agitado,

pelas crinas da espuma.

Cavalos loucos lançam-se,

desenfreadamente, no

correr das colinas, nuas

de flores e de ervas rasas,

proporcionando algum

calor aos equídeos, que

aqui nasceram livres.

E, crianças, acariciam o

couro aveludado, dos

pequenitos potros, por

desmamar, sentindo-se

parte integrante da

paisagem recorrente

e inevitável desafogo.

Pétala a pétala as rosas

deixam a nu as suas

corolas, e, as flores,

fecham-se para o frio,

deixando para trás,

jardins abandonados

e recordações afins.

Jorge Humberto

26/09/10

Jorge Humberto
Enviado por Jorge Humberto em 26/09/2010
Código do texto: T2521358
Copyright © 2010. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.