ALÉM DO INFINITO


Ah, que engano o meu!...
Fugir de nada adianta...


Esconder o verdadeiro eu, apenas
para autoafirmar alguma coisa
que jamais existiu...


Ah, que engano o meu!


Sentar lado a lado com a ilusão (pra que,
se a ilusão se esfuma num despertar
tristonho?...)


Escrever poemas de encontros
quando há tantos desencontros...
Compor canções de amor
quando há tanto desamor...


Ah, que engano o meu!


Tentar ver as cores do mundo
com os olhos em preto e branco...
Dizer ver a poesia quando, na realidade,
rumores de guerra existem
na caverna escura
que é o meu peito...


Ah, que engano o meu...


Melhor seria fechar os olhos
e deixar que a vida (morte)
fugisse pelas pontas dos dedos,
para ir além do Infinito
onde os olhos vêm em colorido!
Leuri Lyra
Enviado por Leuri Lyra em 12/09/2010
Reeditado em 12/09/2010
Código do texto: T2493476
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