ARQUITETO

Só eu sei como guardas o mel verdadeiro;

onde fica o bueiro em que prendes a luz;

ninguém mais adivinha em que pipa se curte

o teu vinho mais nobre, o mais doce licor...

Sei exato em que ponto se tranca o teu gozo,

tua fonte precisa de puro prazer;

não há quem, senão eu, traçaria o teu mapa,

teceria uma capa sobre o teu miolo...

És um livro tão lido, que tenho de cor;

outdoor de mistérios que só eu desvendo;

gabarito que a vida só passou pra mim...

Desenhei essa planta engenhosa de afeto

no papel visceral dos teus fundos sentidos;

sou o teu arquiteto afetivo e carnal...

Demétrio Sena
Enviado por Demétrio Sena em 10/09/2010
Código do texto: T2489502
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