POEMA INSÓLITO

 

 
 
Sustentado em termos irreais.
Sem conteúdo, nem inspiração,
Certo dia rabisquei no papel
Este meu poema insólito,
Fundado na minha nostalgia,
Do meu pensamento incógnito.

Nem sei bem pra que fiz o poema,
Insosso e sem graça nenhuma,
Que quer ser de amor, mas não é;
Quer clamar por alguém e não clama.
Tão inútil, incapaz, só serviu
Pra torturar o meu coração em chama.

Mas também não sei por que reclamo
Dos versos que já nasceram ruins.
Com palavras mortas de queixumes,
Atroz, todas vindas lá dos confins,
Do espaço, num grande bólido,
Atingindo  todos nós os poetas e afins.