ODE A UMA CIDADE
Rio que és de janeiro
Verão o tempo inteiro
Rio que és mar...
Rio de azul quase anil
De manhãs com til
Que estão sempre a brilhar...
Rio que espantas as dores
De muitos amores
Pelo teu cantar...
Róseo nas tardes de luz
Que a todos seduz
Rio de amar...
Rio... Oxalá consigas
Deter essa mancha
Que tentam espalhar
Para cobrir de vermelho
O teu belo espelho
De céu e de mar...
Não permitas transformar
Sorrisos em prantos
E as manhãs sem o til
E destruir sem piedade
A moldura, a cidade
De encantos mil!
Rio... resista ao carmim!
Misture-o ao branco
Pra rosa ficar
E voltes a ser como antes:
Berço dos amantes,
Do sol e do luar!