TODO UM SENTIMENTO
Lembro-te um quase menino
que, apesar de tímido,
tirava-me para dançar.
Cabelo cortado a reco,
sorriso meio maroto
e mil perguntas no olhar.
Lembro-te como um amigo
(talvez o único amigo)
que eu tinha pra conversar,
que telefonava sempre
e sempre tinha um assunto
diferente pra abordar.
Lembro-te meu namorado,
meu primeiro namorado
o primeiro a me abraçar
que, num murinho simpático,
deu-me o primeiro beijo
sem eu sequer esperar...
Lembro-te outra vez amigo,
já mais maduro e crescido,
que vinha me aconselhar
e eu te ouvia calada
sem quase te dizer nada
só te deixando falar!...
Lembro-me inconsequente
querendo viver a vida
sem mais me preocupar
e tu, amigo paciente,
esperando docemente
um dia o meu despertar...
Lembro-te apaixonado,
lembro-me esquiva e medrosa,
não te querendo aceitar...
Mas os carinhos brotaram.
De tão contidos que estavam
chegaram a nos machucar!
Lembro-te amargo e descrente
com mil problemas em mente
para solucionar...
... E eu, distante e esquecida,
vivendo uma nova vida,
não pude te consolar.
Lembro-te como um amante,
o homem tão fascinante
que me fazia vibrar
e inteira eu me entregava
sem me importar se estava
recomeçando a te amar!
Em cada carícia tua
ia ficando mais nua
e mais disposta a me dar
e tu, paradoxalmente,
ficando mais resistente,
não te deixando levar...
... Racionalizando o amor,
defendendo-te da dor
mesmo antes dela chegar,
chamando de evolução
conter o teu coração,
riscar o verbo gostar...
Ficas imune à saudade,
finges insensibilidade,
não queres te apaixonar.
Tentas uma explicação
para qualquer emoção
sem teres como explicar...
Lembro-te como um passado
que um dia tive ao meu lado
tão fácil de cativar...
Tenho-te como o presente
tão distante, tão ausente
do meu jeito de te amar...
Custo a ver-te num futuro.
Estás tão frio, tão duro
pra o meu modo de pensar!...
.................................................................
Meu amigo, namorado,
amante, amigo, amado...
... Por que me fazes chorar?...
Lembro-te um quase menino
que, apesar de tímido,
tirava-me para dançar.
Cabelo cortado a reco,
sorriso meio maroto
e mil perguntas no olhar.
Lembro-te como um amigo
(talvez o único amigo)
que eu tinha pra conversar,
que telefonava sempre
e sempre tinha um assunto
diferente pra abordar.
Lembro-te meu namorado,
meu primeiro namorado
o primeiro a me abraçar
que, num murinho simpático,
deu-me o primeiro beijo
sem eu sequer esperar...
Lembro-te outra vez amigo,
já mais maduro e crescido,
que vinha me aconselhar
e eu te ouvia calada
sem quase te dizer nada
só te deixando falar!...
Lembro-me inconsequente
querendo viver a vida
sem mais me preocupar
e tu, amigo paciente,
esperando docemente
um dia o meu despertar...
Lembro-te apaixonado,
lembro-me esquiva e medrosa,
não te querendo aceitar...
Mas os carinhos brotaram.
De tão contidos que estavam
chegaram a nos machucar!
Lembro-te amargo e descrente
com mil problemas em mente
para solucionar...
... E eu, distante e esquecida,
vivendo uma nova vida,
não pude te consolar.
Lembro-te como um amante,
o homem tão fascinante
que me fazia vibrar
e inteira eu me entregava
sem me importar se estava
recomeçando a te amar!
Em cada carícia tua
ia ficando mais nua
e mais disposta a me dar
e tu, paradoxalmente,
ficando mais resistente,
não te deixando levar...
... Racionalizando o amor,
defendendo-te da dor
mesmo antes dela chegar,
chamando de evolução
conter o teu coração,
riscar o verbo gostar...
Ficas imune à saudade,
finges insensibilidade,
não queres te apaixonar.
Tentas uma explicação
para qualquer emoção
sem teres como explicar...
Lembro-te como um passado
que um dia tive ao meu lado
tão fácil de cativar...
Tenho-te como o presente
tão distante, tão ausente
do meu jeito de te amar...
Custo a ver-te num futuro.
Estás tão frio, tão duro
pra o meu modo de pensar!...
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Meu amigo, namorado,
amante, amigo, amado...
... Por que me fazes chorar?...