ZÍNGARA


Os sons do violino
penetram na noite enluarada.
Lenços de seda envolvem cinturas
e um cheiro de magia
sente-se no ar.

Figuras bruxuleantes sobem da fogueira
que arde sobre a terra
e as batidas de palmas acompanham as vozes
que cantam no ritmo da canção.

Em círculo, uns vinte, trinta, cinquenta
- quem sabe quantos -
sentam-se à espera de alguém
que há de vir.

Nas taças erguidas, o vinho para brindar
a liberdade de poderem caminhar
sem laços
a qualquer parte,
a qualquer lugar.

Finalmente, ela vem.
Nos longos cabelos de azeviche,
uma rosa vermelha.
E vem sorrindo, bailando,
rodopiando graciosamente,
deixando-se envolver de sensualidade.

As pétalas que atira em cada rodopio
pousam suavemente
por sobre os companheiros
que, delirantemente, gritam seu nome
e a pedem para bisar.

Rainha da dança e dos mistérios tantos:
dos destinos, quem há de dizer mais?

E ela rodopia, e canta, e ri
seu riso branco como pérolas no mar.

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Rainha da dança e dos mistérios tantos,
o ébano dos teus olhos brilha de encanto
que encanta a quem te pode observar.
Teu perfume recende, inconfundível,
e há nele o poder de embriagar.
E tudo sabes. Hipnótica, mística,
em volúpia envolves
a quem de ti se aproximar.

Rainha da dança, do sorriso, do olhar,
rainha da rosa, rainha cigana,
baila.
E no teu bailado...
quem hás de enfeitiçar?...
Leuri Lyra
Enviado por Leuri Lyra em 08/08/2010
Reeditado em 08/08/2010
Código do texto: T2425764
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