MUTISMO

Eu nunca sei bem o que poderia dizer
As palavras jazem na garganta, petrificadas

Rugido silente reflete em todo meu ser
Perco-me, tosco, em conjecturas aladas

Expressões vivas em poemas, admiradas
Em mim, entusiasmo criador teima fenecer
Eu nunca sei bem o que poderia dizer
As palavras jazem na garganta, petrificadas


Falta o amor, mestre de todo bem-querer
Solidão trava o pensar... Amaldiçoadas
Ausências de ti, neste melancólico viver
Observo-te a passar em visões orvalhadas
Eu nunca sei bem o que poderia dizer...


Marcos Lizardo

Denise de Souza Severgnini