ESPELHO
Inserir-se em si mesmo em meio ao nada...
Ser nada e ser vento pensar coisa alguma
Ser e não ser e não ter e não ver
E não sentir e não querer e não sonhar
pois o sonho e as coisas de amar são mistérios outros que não humanos
são insondáveis e inconfessáveis
são o que são e o que não são
E o poema, depois de tudo,
segue linha após linha
revelando tudo e nada
sendo e não sendo
reflexo do homem