PALCO VAZIO
Quem sabe da ternura
camuflada de indiferença
que se apresenta como nada fosse
como se a nada ligasse
como se não existisse?
Quem sabe do amor
que se arma de frieza
que se apresenta escudado
para que ninguém perceba
para que ninguém conheça?
Somente no silêncio do quarto solitário
esse amor e essa ternura tiram as máscaras
num palco vazio, sem cenário,
sem platéia, sem aplausos,
sem reconhecimento...