O QUE É QUE HÁ?
O semblante dos teus olhos vívidos,
Trouxe um quê não sei porquê,
De amargor e melancolia
Aos meus olhos que sempre a viam
Com olhar de caxinguelê.
Não percebo em teu sorriso
A singeleza da alegria
Traduzida em espirais
De sedução que se fazia
Entre paredes boreais.
Minha inspiração em eclipse
Suprimindo os meus vocábulos,
Deixa os meus versos no ar...
E suplicante eu pergunto:
O que é que há?
Meu pensar ardente em chamas
Procura-te sem cessar,
Buscando desvendar o elo
Da tristeza fina incrustada
Em teus mistérios de mulher!
O que é que há pepita de poesia?
Não deixemos que procelas
De asperezas do incerto
Desfaça os laços de fita
Do nosso amor sempiterno!