IMAGENS

Olhei para fora da janela

e o avistei:

estava vestido de um azul indefinível

(talvez reflexo de um céu da mesma cor).

E meus olhos pousaram na mansidão

das águas

e se detiveram alguns instantes

(somente os olhos)...

O pensamento devaneou segundos

quando um barquinho branco

atravessou lentamente,

passando pela minha córnea,

mas novamente povoou-se

de imagens ausentes

que estavam – quem sabe? –

mais presentes que a tarde

vista da janela.

E alguém perguntou-me:

- O que há?...

E a resposta brotou, talvez,

do pensamento:

- Nada...

Nada que possa ser resolvido

num simples olhar para o mar!