AO MENINO DA ROÇA

AO MENINO DA ROÇA

Numa casinha de palha

Entre palmeiras e sizal

Na metade da colina

Aonde o vento batia

Da grota a boca zumbia

Um sussurro colossal.

Ficava ali sentado

O menino cauteloso

Ouvindo o eco do vento

Sentindo o cheiro do ar

A chuva fina a passar

Sentia-se orgulhoso.

Durante todo o dia

Contemplava a beleza

Ora na terra ou no céu

Em minúcia espiava

O pensamento guardava

Os requintes e beleza.

Quando a noite caia

Olhava o firmamento

As estrelas cintilavam

Os pirilampos luziam

Os pensamentos fluíam

Na vida em movimento.

Por horas sob o relento

Traçava o seu caminho

Sob a penumbra da lua

As vestes esvoaçantes

Folhas, fazem-se avoantes

Os cabelos em desalinhos.

Sempre sua mãe falava

Entra, vem cá menino

Pare de tanto sonhar

Esse orvalho que se esvai

Pra saúde é ruim demais

Entra, vem dormir Firmino.

Rio, 16/07/2010

Feitosa dos Santos