MÃOS DE FOGO
que as memórias, com o tempo, cessem...
as escrevo evitando tal hora.
mas as palavras também envelhecem
e a boca que sorria me chora
"ponho as mãos no fogo!", eu dizia
brincadeira inocente de criança.
me faz com que confie, hoje em dia,
no fogo eterno da desconfiança . . .
e se perguntam (ou esquecem)
se algum dia (ou agora)
eu em mim confiaria?
há de haver esperança...