sem título
como viver o poema
quando tudo que existe
é a triste verdade
da poeira morfada
em versos da física
mal explicada?
como tirar do peito
o falso tormento
das ilusões etéreas
da vida forjada
no anseio do
tudo que veio do nada?
como pensar em Deus
que nunca ví a face
a não ser as falsas frases
que adornam a mente
daqueles que dormem?
sinto minha carne queimar
por não ter mais nada a dizer
olho pra noite
vejo o desespero
a virgem foi violentada
há versos amargos espalhados
foi o poeta nas letras atado