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Perfil

Quem é Marco Barreto? Um desbravador de si mesmo. Um pobre coitado que sonha em ser grande mas sabe que so é poeira. Um aventureiro de pés descalços que esconde em seu íntimo uma dor latente, insuperável, comum. Tal qual ele, há milhões e milhões que ainda usam sapatos. Faminto, desesperado, melindroso e obcecado. Tão pequeno, que seu ego o engole como saliva despejada em uma garganta seca e sedenta. Menino que não soube ser homem; Homem que não se importa em ser. Só. Não tem ninguém. Não é de ninguém. Alguns parentes distantes, que cada dia se tornam mais distantes. (talvez isso não seja de todo ruim para ele). Algumas mulheres o amaram loucamente, outras ainda o odeia. Alguns poucos amigos, mas grandes. Odiado pelos hipócritas por não ser muito hipócrita. ( isso não quer dizer que ele não tenha se flagrado no transe da hipocrisia ) valente por não dar valor. Um tipo um pouco arrogante aos olhos comuns. (mas isso é só medo por pensar que é muito valente). inconformado por não saber o que acontece por trás das cortinas. Darwinista que não consegue deixar a metafísica. Bêbado que jura não ser alcólatra. Provou de tudo e quer mais. Anarquista, apesar de não ter a mínima idéia de como isso seria na prática. ( talvez isso seja um pouco da sua hipocrisia manifestada). Se o encontrar na rua, não olhe em seus olhos, talvez isso faça com que não durma direito. Não perca seu tempo cumprimentando-o; o desgraçado não é dado à mesuras. Não sabe escrever, mas se julga escritor, não sabe amar mas se julga amante. Os cães o veneram; vêm algo de familiar em seus olhos. Ele também gosta dos cachorros, não falam bobagens. ( apesar dele ser campeão em falar bobagens) Foi criado as margens de um rio, mas não sabe nadar. Vai a praia, mas não entra no mar. Quer ser amado por todos, mas ainda não aprendeu a amar ningúem; A não ser os seus heróis perturbados, que como ele aventuraran-se no revolto mar da imaginação literária. Já leu a Bíblia, mas isso não o salvou. Gosta de Jhon Fante ( em especial o livro Pergunte ao Pó), Fernando Pessoa, Charles Bukowski, Jack Kerouac e Batista de Pilar. ( esse último é um de seus amigos). Sonha em ser tudo mas não é nada. Talvez você encontre um pouco de ti nisso que ele é, mas não se perturbe, a vida é assim mesmo. Por fim um ser humano qualquer, um anti herói. Como dizia Fante: nem ave nem peixe. Um poema de Pessoa o classifica: " Não sou nada. Nunca serei nada. Não posso querer ser nada. À parte disso, tenho em mim todos os sonhos do mundo